os espinhos! A palavra espinho aparece muitas vezes nas Escrituras de maneira figurada; às vezes como uma metáfora para ilustrar situações de dor ou pesar; inimigos do povo de Deus, ou governos perversos que no tempo devido receberão a paga. Como um espinheiro quando pega fogo, nada lhes restará (Is 10:17).
De maneira figurada Paulo menciona um espinho na carne que como mensageiro de satanás o esbofeteava (II Co 12:7). Muito se tem especulado qual seria esse “espinho na carne”; alguns devassos profanos levantam suspeita sobre a sexualidade ou vida afetiva mal resolvida de Paulo; mas comentaristas idôneos, tementes a Deus, tem entendido “o espinho na carne”, de Paulo, como uma doença de natureza crônica.
Alguns têm sugerido problemas como enxaqueca, malária e epilepsia; mas parece haver um consenso que o problema talvez fosse nos olhos; e citam a passagem em que Paulo diz que os Gálatas lhe devotavam tão profundo amor que caso fosse possível teriam arrancados os próprios olhos e lhe dado; juntando a isso, as palavras de Paulo: “Vede com que letras grandes vos escrevi”; dai concluem que Paulo sofria de constante aflição nos olhos (Gl 4:15; 6:11).
Alguns imaginam que a forte luz que lhe apareceu no caminho de Damasco, quando de sua conversão, e o cegou por três dias, tenha secado as lágrimas e; se for o caso, isso causa tamanha aflição a ponto de levar alguns a extremos como suicídio (At 9:1-9). Mas são meras suposições; a grande lição que Paulo nos deixa é que via tudo isso como permissão de Deus a fim de mantê-lo na humildade. As orações e pedido de libertação recebeu como resposta um NÃO.
Mas outros “espinhos” podem ferir o crente de maneira que sofra continuamente. Homens que tomam a dianteira na Congregação, que não exercem o amor, e em vez de apascentar o rebanho o aflige, podem se tornar um “espinho” que machuca continuamente. Havia uns “apóstolos” que se julgavam “excelentes”, mas eram verdadeiros “espinhos” no ministério de Paulo em Corinto (II Co 11:4-15).
Havia também na Galácia uns falsos obreiros que procuravam contradizer a boa nova anunciada, e Paulo chegou a desejar que fossem cortados [eram como espinhos]; Paulo pede que parem de molestá-lo, pois ele já trazia em seu corpo as marcas de Cristo (Gl 1:6-9; 5:12; 6:17).
Diótrefes exercia a primazia em uma das congregações cristãs, mas era um homem mau e ambicioso, desrespeitador, inospitaleiro, e expulsava crentes da congregação (III Jo 9, 10). Um verdadeiro espinho que machucava a todos. Alexandre, o latoeiro, e Himeneu, precisaram ser entregues a satanás tamanho estrago faziam (I Tm 1:19, 20).
Filhos que não se ajustam; que abandonam as reuniões congregacionais, que se enveredam pelo vício das drogas, lícitas e ilícitas, que se tornam rebeldes; que mudam costumes e rotina de uma família cristã; são como verdadeiros “espinhos” que machucam continuamente. E muitas vezes não se sabe o que fazer.
Doenças graves na família, algumas se prolongam por anos; filhos que nascem com alguma deficiência, ou especiais como chamamos hoje, são como “espinhos” que machucam constantemente, não porque seja um fardo para os pais, nunca são; mas pelo sofrer perseguindo a superação, desejando a cura.
Felizes os que conseguem conviver com situações que momentaneamente não se vê solução, considerando humildemente que “todas as coisas contribuem juntamente para o bem dos que amam a Deus” (Rm 8:28). Quanto aos “espinhos na carne”, Deus continua falando: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (II Co 12:9).
Nenhum comentário:
Postar um comentário