quarta-feira, 2 de março de 2016

"O USO DO VÉU NAS IGREJAS"

Depois de praticamente esgotar sua argumentação a favor do uso de cobertura por parte das mulheres, Paulo lança uma pergunta de crucial importância: Julguem entre vocês mesmos: é apropriado a uma mulher orar a Deus com a cabeça descoberta? (v. 13). Na verdade ele está perguntado: "depois de tudo que lhes foi apresentado, vocês ainda entendem que uma mulher deve orar na igreja com a cabeça descoberta?" A resposta que ele espera ouvir é, com toda a certeza, não! A Bíblia diz: "Toda mulher, porém, que ora, ou profetiza, com a cabeça sem véu (descoberta), desonra a sua própria cabeça, porque é como se a tivesse rapada" (I Co 11:5 -parêntese meu).
I. HÁ UMA HIERARQUIA DIVINAMENTE INSTITUÍDA.
Esta hierarquia é posta na seguinte ordem Deus -> Cristo -> homem -> mulher; onde cada um dos três primeiros é cabeça do seguinte. Nesta Passagem cabeça não deve ser entendida como um sinal de superioridade e sim como fonte de derivação de autoridade, de origem (cf. 8,9). A Bíblia é clara em dizer que Deus e Jesus Cristo são iguais (na verdade são um cf. Jo 518; Fp 2:6), mas como o Homem arquétipo, o segundo Adão, Jesus proveio de Deus. Como homem Jesus derivou-se de Deus. É nesse sentido que Deus é cabeça de Cristo. É Também nesse sentido que o homem é cabeça da mulher. Em Gênesis 2 temos a narrativa da criação onde uma certa prioridade é atribuída ao homem (cf. Ef 5:22ss.; Cl 3:18,19; I Tm 2:11ss.). Lemos ali que a mulher derivou-se do homem quando, da costela deste, Deus a formou.
É então com esta argumentação que Paulo inicia o assunto do uso de cobertura da cabeça no culto da igreja. Então, logo a seguir, continua a explicar qual deve ser a postura do homem e da mulher nas reuniões da igreja. A partir do versículo quatro (4-10) ele faz isso de forma mais direta. Veremos então o segundo motivo dado pelo Espírito Santo, através do apóstolo Paulo, para que a mulher cubra a cabeça no culto.
II. HÁ UMA QUESTÃO DE IMAGEM E DE GLÓRIA.
Parece que, para Paulo, a ordem das funções entre os sexos opostos, já determinada na criação, não foi abolida pela salvação em Cristo Jesus. Ele afirma que todo homem que ora ou profetiza com a cabeça coberta desonra (envergonha) a sua cabeça (cabeça espiritual = Cristo). No versículo sete (7) ele mostra a razão pela qual o homem não deve cobrir a cabeça ao afirmar que ele "é a imagem e a glória de Deus".
Como o ponto culminante da criação, o homem, como nada mais pode fazê-lo, mostra a glória de Deus. Sendo assim, ao cobrir a sua cabeça, ele estaria desprezando o lugar de dignidade que lhe foi dado por Deus na ordem da criação. Por este motivo não é apropriado que a glória de Deus (o homem) se apresente com a cabeça coberta perante Ele na igreja.
Por outro lado, a mulher que ora ou profetiza sem usar cobertura desonra a sua cabeça (o homem e, por extensão, a Cristo). É então empregada uma linguagem bastante forte afirmando que é tão vergonhoso a mulher orar com a cabeça descoberta quanto seria ter a cabeleira rapada. Dizem alguns historiadores que, no contexto da cidade de Corinto, ter o cabelo tosquiado era identificar-se como uma das prostitutas cultuais da cidade. Paulo queria que as irmãs entendessem que era tão vergonhoso orar com a cabeça descoberta quanto seria ser identificada como uma prostituta de um culto pagão.
O motivo pelo qual a mulher deve cobrir a cabeça é por ser ela a glória do homem (pois ela foi feita para o homem - cf. v. 9). A argumentação que se segue então é: se a glória de Deus (o homem) não deve apresentar-se perante Ele, na igreja, com a cabeça coberta, a glória do homem (a mulher) não deve apresentar-se diante de Deus, na igreja, com a cabeça descoberta (cf. v. 10).
Já dissemos que, num certo sentido, na ordem da criação de Deus a mulher é subordinada ao homem. Pois bem, assim como na criação há uma ordem, também na igreja ela deve ser reconhecida e manifestada através da cobertura que a mulher usa na cabeça.
O uso de cobertura na cabeça indica submissão por parte da mulher a ordem estabelecida por Deus na criação. Portanto, assim como o homem por ser ponto culminante da criação e que não está subordinado a nenhuma outra criatura, não deve trazer sinal de subordinação sobre a cabeça, assim também, a mulher que foi feita do homem e por causa dele, deve trazer sobre sua cabeça um sinal de subordinação. Indicando assim que aceita de bom grado a ordem hierárquica estabelecida pelo Senhor Deus.
O versículo 15 diz que a glória da mulher é o seu cabelo. Assim como Deus tem a sua glória (o homem), assim como o homem tem a sua glória (a mulher), também a mulher tem a sua glória que é o seu cabelo. Talvez possamos entender com isso que assim como a glória do homem (a mulher) deve apresentar-se na igreja coberta, assim também, a gloria da mulher (o seu cabelo) deve, por sua vez apresentar-se coberta.
Passemos agora ao terceiro, e talvez mais profundo, motivo exposto pela Bíblia para a mulher cobrir sua cabeça.
O apóstolo Paulo fala que o homem é imagem e glória de Deus, mas a mulher é glória do homem. E Paulo cita dois argumentos: 1) O argumento da origem – O homem não foi feito da mulher, e sim a mulher, do homem (11:8). 2) O argumento do propósito – O homem não foi criado por causa da mulher, e sim a mulher, por causa do homem (11:9).
Paulo, então, mostra a necessidade das mulheres reconhecerem a sua submissão aos seus maridos no culto público, usando o veu, sobretudo, em face da presença dos anjos (11:10). Os anjos não apenas estão presentes nos nossos cultos, mas eles aprendem com a igreja (Ef 3:10) e cobrem o rosto quando adoram a Deus (Is 6:2).
O véu é um símbolo da autoridade que a mulher recebeu e que não tinha antes de orar e profetizar em culto público. Ao cobrir a cabeça, a mulher assegura o seu próprio lugar de dignidade e autoridade. Ao mesmo tempo, ela reconhece a sua subordinação.
Paulo está ensinando a igreja a celebrar o culto com ordem e decência.
Deus fez o homem e a mulher diferentes; portanto, eles devem viver essa diferença tanto no seu aspecto físico, sexual, corte de cabelo, uso de vestuário, bem como de papéis no casamento.
Sem dúvida existem muitas convenções culturais quanto ao papel, ao trabalho e aos direitos do homem e da mulher que precisam ser aprimorados ou rejeitados. Como Criador, entretanto, o plano de Deus é que homens e mulheres tenham funções diferentes, embora complementares.
O homem deve ser plenamente masculino e a mulher plenamente feminina.
Em todas as igrejas os irmãos devem estar com suas cabeças descobertas, e as irmãs com suas cabeças cobertas. Este é o ensino simples e claro apresentado nas Escrituras — um ensino, é verdade, muito questionado hoje em dia. Deus diz: “O homem, pois, não deve cobrir a cabeça … a mulher deve ter sobre a cabeça sinal de poderio” (I Co 11:7, 10). Mesmo reconhecendo que há coisas profundas neste trecho (I Co 11:1-16), é muito claro que o ensino básico da passagem é este. é a vontade de Deus que, nas reuniões do Seu povo, os homens tenham a cabeça descoberta e as mulheres tenham uma cobertura sobre suas cabeças, e que os homens tenham cabelo curto e as mulheres cabelo comprido”.O texto está enfatizando que a mulher deve imitar o exemplo do Senhor Jesus Cristo; assim como Ele submete-Se voluntariamente ao Pai, ela deve submeter-se voluntariamente ao homem na igreja local. Assim como o Filho não se torna inferior ao Pai por obedecê-Lo, assim as irmãs não tornam-se inferiores aos irmãos, nem merecem menos respeito, por obedecê-los. É importante que todo irmão entenda que é cabeça da mulher porque Deus quer, não porque os homens são melhores ou superiores. É igualmente importante que toda irmã entenda que deve ser submissa aos irmãos na igreja porque Deus quer, não porque as mulheres são inferiores.
A segunda razão apresentada é igualmente importante. O princípio estabelecido é que o homem (varão) é a glória de Deus, e a mulher é a glória do homem (v. 7). Assim como o Senhor Jesus fez quando ensinou-nos que o divórcio é pecado (Mt 19:4-6), o Espírito Santo nos leva de volta à Criação do mundo para ilustrar Seu ensino. Deus, na Criação, criou o homem (varão) à Sua imagem e semelhança, como a coroa da Criação (Sl 8:5-8). A mulher, porém, dizem os vs 8-9, foi criada do homem (Gn 2:21-22) e por causa do homem (Gn 2:18). Isto é, Deus criou a mulher por causa do homem, mas criou o homem para Ele.
O versículo 16 dá força às instruções divinas. O que era válido para a igreja em Corinto valia também para todas as igrejas; não era para ser deixado aberto às opiniões individuais, nem tampouco às decisões locais. E não havia espaço para ninguém contender - simplesmente não havia permissão para nenhum outro costume ou prática. O assunto estava encerrado, e não aberto à discussão.

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