domingo, 1 de novembro de 2015

"FOLIA DOS REIS"

OS NASCIDOS em lar cristão de formação protestante, ou outros seguimentos religiosos, tem uma vaga noção sobre a festa denominada “Folia dos Reis” praticada no dia 6 de janeiro. A festa Folia de Reis é uma festa religiosa de origem portuguesa, que chegou ao Brasil no século 18, e a finalidade principal de início era divertir o povo, mas com o tempo passou a ter um caráter religioso em lugar da diversão, e muitos se sentem na obrigação de conservar a tradição recebida, passando a filhos e netos; este elo só é quebrado quando a verdade de Cristo alcança a família.
Grupo de cantadores e instrumentistas com seus violões, violas, sanfona, reco-reco, chocalho, pandeiro e outros; numa toada caipira cantam versos preservados de geração em geração e propagam a devoção aos “santos reis”.
Os magos vindos do Oriente, narrados por Mateus quando da visita ao “menino Jesus” são pouco comentados nas igrejas evangélicas; primeiro porque não temos “santos”; não no sentido de veneração, muito menos intercessores; pois há um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo Homem (I Tm 2:5); e santos, na Bíblia, são todos os que professam fé em Jesus, porque santificados [separados] pela fé.
Mas algumas outras questões suscitam mais perguntas que respostas sobre esses magos, que a Bíblia não diz serem três, nem que eram reis, embora a tradição diga que se chamavam Melchior, Baltazar e Gaspar; e, também não expressa a verdade dos fatos as figuras dos reis vistos adorando o menino Jesus na manjedoura.
Quando os magos chegaram a Belém José e Maria, juntamente com o menino, já estavam morando em uma casa (Mt 2:11) e, pelo contexto e a atitude de Herodes mandando matar criancinhas de 2 anos para baixo a fim de eliminar o Salvador, conclui-se que Jesus já não era tão bebê quando da visita. Claro, na manjedoura passaram apenas a noite em que Maria deu a luz.
Mas alguns questionam o fato dos magos, também chamados de sábios, serem astrólogos, de uma ordem religiosa pagã de Zoroastro, na Média e na Pérsia; prognosticadores, adivinhos, encantadores, feiticeiros e mágicos interpretadores de sonhos, conforme vemos na corte de Nabucodonosor em Babilônia; e perguntam por que Deus se usaria de tais, visto que as Leis de Deus proibiam qualquer associação com tais prognosticadores?
Questionam ainda o fato de a estrela ter guiado justamente até Herodes, que tão logo soube do nascimento do rei que comandaria Israel envidou esforços em mata-lo, e só não conseguiu seu intento porque em sonhos Deus mostrou aos magos que não voltassem à Herodes para dar a noticia do bebê, e tomaram outro rumo; quanto a José e Maria, Deus lhes mostrou que deveriam fugir para o Egito até a ira de Herodes ser aplacada.
Do outro lado estão os que afirmam que tais magos [sábios] da Caldéia ou Mesopotâmia conservaram a lembrança do anuncio do advento do Messias feito, por Balaão, figuradamente como uma estrela (Nm 24:17) e que seria um anuncio da chamada dos gentios.
De qualquer maneira, os “santos reis magos” não gozam destaque nenhum nas Igrejas Cristãs, e são lembrados apenas como parte da história. A Bíblia não fala deles antes, nem depois como sendo adoradores do Verdadeiro Deus, nem os reais motivos dessa visita quase desastrada.

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