domingo, 1 de novembro de 2015

MARTINHO LUTERO" 500 ANOS DEPOIS

 (01/11/15)
QUASE 500 anos se passaram desde que Martinho Lutero, frade alemão dominicano, subia de joelho as escadas de “São” João Latrão, em Roma, como penitência para alcançar o perdão dos pecados, quando Deus lhe falou ao coração através das palavras de Habacuque; repetidas por Paulo, e que ele, doutor nas Escrituras, as conhecia tão bem: “Mas o justo viverá da fé” (Hc 2:4; Rm 1:17).
No dia 31 de outubro de 1517 Lutero desafiou o papa Leão X, rompendo em definitivo com Roma, ao afixar as 95 teses na Catedral de Wittenberg, na Alemanha. A questão já se arrastava por algum tempo por causa do abuso com a venda de indulgências pelo frade Tetzel.
Tetzel havia irritado Lutero, pois como enviado do papa, e a fim de arrecadar fundos para a construção da Basílica de “São” Pedro em Roma, percorria as ruas de Wittenberg munido de uma bula papal que garantia o perdão dos pecados, até mesmo dos parentes já mortos, desde que adquirissem tais bulas com dinheiro. O enviado do papa gritava em alto e bom som: “logo que a moeda no cofre cai, a alma do purgatório sai”.
Lutero, zeloso sacerdote, teólogo respeitado, doutor e mestre em Escritura, ainda não tinha experimentado a certeza do perdão dos pecados como dom gratuito (Rm 6:23); mas quando experimentou a justificação pela fé em Cristo (Rm 5:1), tornou-se um arauto desta verdade maravilhosa.
Alguns, mal informados, outros instruídos por seus lideres, afirmam que o ramo da Igreja Cristã, chamado de Protestantes ou Evangélicos, iniciou-se com Lutero e a Reforma, mas basta dar uma olhada na história da Igreja para constatar que desde o 3º século quando a Igreja [Instituição] se desviou da verdade, encontramos a verdadeira Igreja sendo perseguida, reunindo as escondidas, separados de Roma. João Huss [1369-1415] Reformador na Boêmia, e Savonarola [1452-1498) tornaram-se mártires por defender a fidelidade às Escrituras e não ao papa de Roma.
Lutero foi um instrumento de Deus para aquela época; profeticamente o encontramos numa das 7 cartas dirigidas às Congregações da Ásia Menor, mas que tinha alcance ao longo da Dispensação da graça. Juntaram-se a Lutero alguns zelosos sacerdotes e religiosos que ansiavam pela salvação e então como um rastilho de pólvora a boa nova da graça, que dispensa o concurso das boas obras; verdade incontestável, pois o homem não pode salvar a si mesmo, dividiu parte da Europa estabelecendo novas congregações conforme a fé Reformada que se firma em três princípios:
SOLA SCRITURA: As Escrituras Inspiradas bastam ao cristão. Declaração alguma, dogmas, ensinamentos, decisões conciliares, podem prevalecer sobre a autoridade das Escrituras. SOLA GRATIA: Isto quer dizer que o pecador não tem como alcançar a salvação por meio de obras ou méritos pessoais. Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras para que ninguém se glorie (Ef 2:8, 9).
SOLA FIDE: Somente pela fé. A fé leva o pecador a apresentar-se diante de Deus crendo e aceitando os méritos de Cristo. Reconhecendo que Ele é o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo (Hb 9:11-28). Boas obras, obediência, batismo, usos e costumes, devem fazer parte da vida do salvo; mas jamais podem produzir salvação.
Temos motivos para cantar com gratidão e voz de júbilo o hino oficial da Reforma Protestante: “A Mighty Fortress is Our God” [Uma poderosa força é o nosso Deus]. Originalmente intitulado “Castelo Forte”, de autoria de Lutero, em nosso hinário, Forte Rocha, de nº 31.

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