sexta-feira, 6 de novembro de 2015

"VALEU APENAS A MORTES DOS APÓSTOLOS?

Jesus estava na Galiléia, onde fez muitos milagres, entre eles a multiplicação dos pães e peixes, alimentando uma multidão de quatro mil homens além das mulheres e das crianças. 
Saindo dali, foi para o território de Magdala e depois para Cesaréia de Filipo, sempre acompanhado por uma multidão.
Lá chegando, embora como Deus, já sabia o que pensavam dele, no entanto, como homem, quis saber dos seus discípulos o que dele pensavam os homens. Os discípulos disseram: Uns acham que o Senhor é João Batista, outros o profeta Elias e existem outros ainda que acham que o Senhor é Jeremias ou um dos profetas.
Jesus muda o foco da pergunta, e dirigindo-se aos discípulos lhes perguntou: E vós o que dizeis que eu sou?.
Simão Pedro, como sempre o mais intrépido dos discípulos, adiantou-se aos demais e respondeu: Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo.   
Jesus sabia que a multidão, a maioria deles, o seguiam pelo pão que comiam por Ele  multiplicados. Mas, o que mais interessava a Jesus era ter a certeza de que aqueles que escolhera para fazer parte dos doze, não o seguiam por interesse, mas sim por ter sido a eles revelado que Jesus é o Filho de Deus.
Possivelmente Pedro ao falar em nome dos seus companheiros confessando ser Jesus o Filho de Deus, não fazia idéia o quanto esta confissão lhe custaria. Nenhuns dos discípulos poderiam imaginar que pagariam com a própria vida o fato de assim pensarem a respeito de Jesus.
Após a crucificação de Jesus e sua subida para os céus, desencadeou-se uma grande perseguição contra os discípulos e demais seguidores de Jesus. A ordem de Roma era acabar com todos aqueles que confessavam Jesus o Filho de Deus.
Dos doze discípulos, com exceção de Judas Iscariotes, que suicidou-se não suportando o remorso de ter traído o Filho de Deus, todos os demais tiveram um caminho penoso e difícil pela frente.
O historiador da Igreja Irineu disse no primeiro século que “o sangue dos mártires (os discípulos de Jesus) foi a semente da Igreja”. Será que valeu a pena?.
Vejam o preço que pagaram por terem confessado: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo!:
 Pedro, o valente discípulo, terminou os seus dias crucificado, por ordem do Imperador Romano. Ao ser estendido sobre a cruz pediu a seus algozes, que o crucificassem de cabeça para baixo, pois, não era digno de morrer como o seu Senhor, de cabeça para cima. E assim foi feito.
André, foi crucificado em uma cruz em forma de X na Grécia. A bandeira da Escócia tem a figura dessa cruz, que representa a cruz de “Santo André”, tido como patrono daquela nação.
Tiago, o irmão de João, como conta Lucas no livro de Atos, foi martirizado em Jerusalém, por causa da perseguição de Herodes Agripa, por volta do ano 40 depois de Cristo. Em Jerusalém teve um papel importante na comunidade nascente. Na Espanha é conhecido como “Santiago” e uma tradição diz que ele depois da ressurreição de Jesus, foi anunciar o evangelho naquele país. Além disso, conta-se que, depois do martírio, por apedrejamento, os restos mortais foram levados até a Espanha, onde está  o seu túmulo.
Filipe se encarregou de evangelizar Samaria e  Cesaréia. A respeito de sua morte, os historiadores sabem muito pouco, porém, alguns dizem que morreu em Hierápolis, também crucificado e apedrejado, mas outras tradições afirmam que ele foi preso e torturado até morrer, na Frigia, atual Turquia.  
Bartolomeu é o apóstolo amigo de João, que pergunta:Por acaso vem alguém que presta de Nazaré?. Sua morte, conta-se que foi martirizado, tendo sido tirada a sua pele, provavelmente na Síria.
Tomé, é o apóstolo que não acredita na ressurreição de Jesus, que pretende tocar o Cristo ressuscitado. Mas também é aquele que diz: vamos morrer com Ele. Tornou-se um dos mais ativos pregadores no leste da Síria. Morreu na Índia por lanças de soldados locais.
Mateus, o ex-publicano, coletor de impostos, teria sido apunhalado na Etiópia, segundo a tradição.
Simão, segundo dizem, foi morto a machadadas  pela multidão instigada por sacerdotes pagãos e autoridades após negar sacrifício ao deus sol na Pérsia. Este também teria sido o destino de Judas Tadeu.
Matias, que substituiu Judas Iscariotes, segundo a tradição , seguiu a pregar pela Síria com André. Teria sido executado numa fogueira.
Lucas, cujo evangelho leva o seu nome, teria também sido o autor do livro de Atos. Teria sido enforcado em uma árvore na Grécia.
Paulo, ex-Saulo de Tarso, perseguidor de cristãos convertido em um dos maiores evangelistas da história, teria sido decapitado em Roma. 
João, irmão de Tiago, foi possivelmente o único discípulo a ter morte natural. Assim mesmo, foi preso e exilado na Ilha de Patmos por ordem do imperador Domiciano no ano 89 DC. Segundo a lenda o imperador Romano o colocou dentro de um balde de óleo fervendo, e milagrosamente ele sobreviveu, vindo a morrer com mais de cem anos. A ele foi dado escrever o Apocalipse, o Livro da Revelação. 
Mas não parou ai. A perseguição contra os seguidores de Jesus continuou pelos séculos adiante, sem tréguas. Nas praças de Roma o sanguinário Imperador Nero mandou que seus soldados amarrassem os cristãos nos postes, untando-os com óleo, ateou-lhes fogo, servindo eles de luzeiro nas noites tenebrosas e macabras do império.
Milhares de Cristãos tiveram suas cabeças rolando pelas estradas empoeiradas de Roma, por não negarem ao Senhor Jesus. 
A resposta que Pedro deu a Jesus naquele dia especial levou todos os seguidores do Mestre a uma perseguição mortal, pelos séculos afora, até os nossos dias, isto porque as estruturas do inferno se desmoronaram naquele momento.
Passados mais de dois mil anos, refaço a pergunta do historiador: Será que valeu a pena?
Em um passado bem recente, em 1945, quando o comunismo entrou na Romênia, um missionário,  foi preso e condenado a 25 anos de prisão dos quais ficou 14 anos em reclusão. Na prisão sofreu todo tipo de tortura para que negasse o nome de Jesus. Certo dia, levaram seu filho, ainda um adolescente, até a prisão, trouxeram o missionário e propuseram a ele que deixariam seu filho continuar vivo desde que, naquele momento, negasse a Jesus. O filho do missionário em alta voz: Meu pai, não faça isso; não negue o nome de Jesus Cristo; se me matarem, estarei com Ele muito em breve, mas não me faça sentir a vergonha de ter tido um pai covarde. 
Conta o pastor, que somente ouviu os repetidos gritos do filho dizendo: não negue a Jesus. Os soldados o levaram e o mataram. A Igreja subterrânea continuou sustentada pelo sangue dos mártires.
Não é sem motivo que o missionário  foi e é um dos nomes evangélicos mais respeitados naquele país e no mundo.
Mais uma vez pergunto: Será que valeu a pena?
E você, como responderia a pergunta de Jesus, sabendo agora de tudo o que aconteceu aqueles corajosos irmãos, que resistiram e não negaram a sua fé?
Tu és o Cristo o Filho de Deus Vivo?
Teria essa coragem?
Tenho dito por várias vezes que o evangelho hoje pregado é muito fácil de ser aceito, pois, os pregadores, na sua maioria, entregam com ele um pacote trazendo solução para todos os tipos de problemas que você possa ter.
Não duvido nem um pouco do poder de Deus e a possibilidade de que Ele tem de socorrer-nos nos momentos mais difíceis. Mas a proposta de Jesus é a pregação de um evangelho com cruz, que sua aceitação te projeta para vida eterna. Você pode até gozar da segurança e a paz que essa sensação produz, mas não conte que não terá problemas de forma alguma. A salvação de sua alma era e é o alvo maior que foi alcançado por Jesus quando do alto da cruz bradou: Está consumado! Transliterando para nosso entendimento, venci o Diabo e tenho autoridade de garantir a salvação de sua alma, se aceitares meu sacrifício. Foi por você que Eu morri e por isso posso te salvar.
 E agora, depois de tomar conhecimento de tudo o que acima está escrito, qual será a sua decisão?
Jesus deixou uma única promessa que pode te tranqüilizar quanto a decisão a ser tomada:  "E todo aquele que deixar o lar, irmãos, irmãs, o pai, a mãe, a esposa, os filhos, ou propriedades, para Me seguir, receberá cem vezes mais, e terá a vida eterna."  Marcos, em seu evangelho, ensina que mesmo nesta vida há vantagens em renunciar a prazeres, relações sociais e recompensas do mundo por amor a Cristo e Seu reino - paz de espírito e novos e melhores amigos, por exemplo. Mas a maior recompensa será viver com Jesus para sempre.
Encerrando este capítulo, respondo a pergunta do historiador Irineu: Sim, valeu a pena o sacrifício de milhares de irmãos, pois, de outra forma hoje não teríamos a oportunidade de conhecer Jesus.! Sim, valeu a pena e continua valendo a pena seguir a Jesus, mesmo que venham as dificuldades, problemas, ataques malignos e o que mais de pior acontecer. A promessa de Jesus de um dia poder estar com Ele na eternidade é muito melhor e maior do que qualquer outra oferta que possam nos fazer.
As Igreja de, hoje, poderia muito bem deixar de oferecer carros, casas, dinheiro no banco, contas apagadas no computador, e outras vantagens mais e se aterem a pregarem unicamente este evangelho que de tão simples, está sendo maquiado com acompanhamento de promessas terrenas como atrativo. Jesus não pediu que pregássemos dessa forma. Não nos pediu para agirmos dessa forma. Não, absolutamente não. O evangelho que Ele mandou-nos que pregássemos é o evangelho da Cruz.
Vale a pena seguir Jesus mesmo que não nos ofereça mais nada além de uma cruz!
Pensem nisso!

Nenhum comentário: