DEVOCIONAL: (22/12/15)
AINDA sobre o Natal: Qualquer semelhança com o feriado “cristão”, no entanto, não é mera coincidência. A história do Natal começa na Babilônia e muitos séculos antes do nascimento de Jesu; e é tão antiga quanto à civilização, e tem um motivo bem prático: celebrar o solstício de inverno, a noite mais longa do ano no hemisfério norte, que acontece no final de dezembro.
Dessa madrugada em diante, o sol fica cada vez mais tempo no céu, ate atingir seu auge no verão. É o ponto de virada das trevas para luz: o "renascimento" do Sol. Num tempo em que o homem deixava de ser um caçador errante e começava a dominar a agricultura, a volta dos dias mais longos significava a certeza de colheitas no ano seguinte. E então era só festa.
Na Mesopotâmia, a celebração durava 12 dias. Já os gregos aproveitavam o solstício para cultuar Dionísio, o deus do vinho e da vida mansa, enquanto os egípcios relembravam a passagem do deus Osíris para o mundo dos mortos. Na China, as homenagens eram (e ainda é) para o símbolo do yin-yang, que representa a harmonia da natureza. Até povos antigos da Grã-Bretanha, mais primitivos que seus contemporâneos do Oriente, comemoravam em volta de Stonehenge, monumento que começou a ser erguido em 3100 a.C. para marcar a trajetória do Sol ao longo do ano.
A comemoração em Roma, então, era só mais um reflexo de tudo isso. Cultuar Mitra, o deus da luz no dia 25 de dezembro, era nada mais do que festejar o velho solstício de inverno; pelo calendário atual, diferente daquele dos romanos, o fenômeno na verdade acontece no dia 20 ou 21, dependendo do ano. Seja como for, esse culto é que deu origem ao Natal da cristandade. Ele chegou à Europa lá pelo século IV a.C., quando Alexandre, “o Grande”, conquistou o Oriente Médio.
Centenas de anos depois, soldados romanos viraram devotos da divindade. E ela foi parar no centro do Império. Mitra, então, ganhou uma celebração exclusiva: o Festival do Sol Invicto. Esse evento passou a fechar outra farra dedicada ao solstício: Era a Saturrnália, que durava uma semana e servia para homenagear Saturno, senhor da agricultura.
O ponto inicial dessa comemoração eram os sacrifícios ao deus sol (die solis). Enquanto isso, dentro das casas, todos se felicitavam, comiam, bebiam e trocavam presentes, dizem. Os mais animados se entregavam a orgias - mas isso os romanos faziam o tempo todo.
Mas separados de tudo isso, uma religião se despontava e crescia em Roma: O cristianismo verdadeiro, separado do Estado Romano e perseguido ferozmente, aboliu todo tipo de festividade. Apenas os cristãos vindos do judaísmo ficaram livres para comemorar certas festas que eram ao mesmo tempo parte de sua história como nação.
O Apóstolo Paulo havia levado em consideração que alguns costumes ligados à tradição judaica deveriam ser respeitados. Na carta aos cristãos em Roma, em sua maioria constituída de judeus cristãos, ele escreveu: “Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em seu próprio ânimo. Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz (Rm 14:5, 6).
Mas nenhum registro há [nem Bíblico, nem histórico], de que antes do ano 221 de EC, os cristãos tenham comemorado o nascimento de Cristo.
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