(15/12/15)
ESTAVA ENFERMO, e não me visitastes (Mt 25:43). Jesus não fala de si mesmo, pois até aonde sabemos Ele nunca esteve doente; mas falava dos seus pequeninos irmãos. Veja que grande amor Jesus tem pelos seus, a ponto de considerar a visita a um destes enfermos como sendo à Si mesmo. Que privilégio para quem visita!
Antigamente havia até uma disputa sobre quem recebia mais visitas. Irmãos do ministério, ou alguém de “bom nome” na comunidade, testemunhavam ter recebido tantas visitas que até fila se formava nas portarias e corredores dos hospitais. O quarto do paciente virava um piquenique, tantas frutas, bolachas ou doces que costumavam levar, sem procurar saber as restrições médicas do paciente.
Hoje não se usa mais esse “espetáculo de amor” [amor de verdade é visitar os “sem nome”] e, levar coisas aos hospitais é proibido. O irmão e amigo, enfermo, deve ser visitado em sua casa, com visitas programadas, sempre consultando a família antes sobre a conveniência ou não, pois tem casos em que o enfermo e a família precisa de privacidade; ou procedimentos médicos/enfermagem/fisioterapeutas contínuos, que família e visitas ficam desconfortáveis.
Hoje há um debate na sociedade sobre questões éticas, suscitando dúvidas sobre os benefícios de certas visitas. Visitas que questionam o tratamento médico, algumas acrescentam remédios de sua “farmacologia”, e outras bem imprudentes contam o triste fim de algumas pessoas com a mesma doença.
Abordagens religiosas ultrapassadas também se mostram prejudiciais; são crentes querendo “curar” o enfermo, ou passando uma exagerada convicção religiosa sobre “libertação”; conseguindo deprimir o enfermo ao passar a ideia de que chegou a esta situação por falta de fé.
Não sabe nem a diferença entre a fé de salvação que é dom de Deus (Ef 2:8, 9), e a fé que nasce no coração por ouvir as maravilhosas operações de Deus no meio do seu povo; mas esta fé não torna uma pessoa salva. Jesus mencionou duas cidades impenitentes onde se operou muitos milagres, contudo, seus moradores não se arrependeram de seus pecados, e não foram salvos (Lc 10:13-16). Dos 10 leprosos curados por Jesus, somente um voltou glorificando a Deus, foi quando Jesus, então, completou a boa obra de salvação (Lc 17:11-19).
Na visita aos enfermos a melhor maneira de leva-los a ter fé em Jesus é oferecendo ajuda; ao enfermo e a família: como dar banho no doente, no transporte a um posto médico e, caso tenha condições, nas despesas. Isto levará o enfermo a ser tocado pelo amor, que “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (I Co 13:7). Discursos sem a pratica de boas obras é uma fé inoperante (Tg 2:17).
Não é o momento de estabelecer um discurso religioso querendo convencer o doente acerca de sua fé e suas certezas; como se a salvação do enfermo dependesse unicamente de nossa abordagem. Não é o momento adequado. Orações “arrebatadoras”, expulsando ou repreendendo enfermidades, não é uma boa receita; e sim, orações com ações de graças que traga paz ao coração.
Nessas visitas o melhor remédio é ouvir o que o enfermo tem a dizer, e construir um diálogo edificante com base nas convicções do visitado e não do visitante e, com muita sabedoria, acrescentar esperança, e a fé que leva à salvação, dom de Deus, dado a quem crê em Jesus; esta o manterá firme e confiante como o salmista, quando disse que Jeová afofa a cama do enfermo (Sl 41:3). Quando visitastes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizeste, disse Jesus (Mt 25:40).
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