(22/10/15)
“DEUS NOS GUARDE em Seu santo amor”. Um dos mais belos hinos, que vem sendo cantado por mais de um século ao término dos cultos, em terras brasileiras. Ele fala da guarda fiel e amorosa de Deus para com o seu povo nos perigos da jornada, da santidade e da paz que devem estar presentes na vida do crente e; no coro, fala da gloriosa vinda de Jesus para os salvos, já livres de qualquer condenação.
Em nosso hinário [201] ele traz apenas o nome do autor da música, Willian Gould Tomer [1833-1896], um Metodista Episcopal de ascendência alemã; mas o autor da letra original foi Jeremiah Eames Rankin [1828-1904], ministro na igreja Congregacional em Washington; traduzido para o Cantor Cristão por Stuart Edmund McNair. Em todos os hinários muito pouco se mudou da poesia original e se conservou a mensagem na íntegra.
Na Harpa Cristã [a mesma poesia em nosso hinário] ele é o de número 247, e foi traduzido por Emílio Conde. Sua ascendência italiana concorreu para que seu primeiro contato com o Evangelho se desse na Congregação Cristã fundada por italianos; tendo sido batizado nas águas e com Espírito Santo na Congregação do Brás/SP em 1919, aos 18 anos de idade. Contudo, por razões pessoais uniu-se à Assembleia de Deus em São Cristóvão/RJ; sem a necessidade do rebatismo.
Nunca quis ser ordenado ao ministério pastoral, e se dedicou inteiramente a música e a literatura, o que o levou a ser o redator do jornal o “Mensageiro da Paz” e depois um dos Diretores da CPAD (Casa Publicadora das Assembleias de Deus). De origem humilde, mas avançado em seu tempo, trabalhou antes como intérprete inglês/português num restaurante. Nunca se casou; celibatário por opção.
O testemunho a respeito dele é que conservou a humildade, sem jamais ostentar os conhecimentos que possuía; dosado de bom humor, tinha sempre uma palavra amiga, confortadora, aos que dele se aproximavam angustiados ou confusos. Um conciliador nos conflitos.
Mas sempre que cantamos este hino ao final dos cultos, além da alegria resultante do próprio hino, pela sua música e a mensagem de conforto e esperança; e a alegria por ter participado de mais um culto como Família de Deus; também tenho outras recordações.
Uma delas; só não me recordo qual dos Roosevelt, mas um deles, depois de deixar a presidência dos EUA um repórter perguntou qual a melhor lembrança que ele guardava do exercício do cargo, como sabemos cercado de tantas honrarias; ele respondeu: Foi quando visitei uma cidadezinha interiorana e um coral me aguardava na estação saudando-me com o hino “Deus vos [nos] guarde em seu santo amor”. Nossos hinos realmente gozam de um poder indescritível, o que tem levado muitos a conversão, a ter esperança e um coração grato.
Outra lembrança remonta ao ano de 1903 [31 de julho]. Este hino já havia sido traduzido e compilado pelos Presbiterianos, e na primeira dissidência provocada devido à questão Maçons, este hino marcou presença. Depois de uma acalorada discussão que varou a madrugada, sobre a aceitação ou não de Maçons como membros da Igreja; e não havendo consenso; os principais líderes, Eduardo Carlos Pereira e Otoniel Motta [ministros evangélicos e doutos], além de outros 5 pastores, deixaram o Sínodo e organizaram o Presbitério Independente.
Enquanto saiam, os que ficaram cantaram este hino rogando bênção e proteção aos dissidentes. Apenas um pouco de nossa história evangélica; lições que gosto de guardar e lembrar quando vejo esses conflitos; quase sempre seguidos de julgamentos que pertencem somente ao Senhor.
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