(22/10/15)
CONFORME já comentamos em nosso devocional anterior, os magos do Oriente [astrólogos] guiados por uma estrela provocaram a ira de Herodes que se sentiu ameaçado com o anúncio do nascimento do prometido rei dos judeus.
Como Israel estava sob o domínio Romano essa esperança de libertação havia sido avivada; o Herodes que governava Jerusalém já tinha ouvido falar sobre esse rei esperado pelos judeus, mas talvez pensasse ser mais uma fábula religiosa, um sonho impossível, mas agora os acontecimentos indicavam que algo estava prestes a acontecer.
Lembrando sempre que “Herodes” é nome familiar, uma dinastia, e embora com nome próprio diferente, todos levavam o título de Herodes. Foi o Herodes Antípas que mandou matar a João Batista que no mesmo “espírito e virtude” [determinação] de Elias, acusou a casa real de Herodes de adultério.
Quando Herodes propôs aos magos que fossem adorar o menino e na volta dissessem onde o mesmo se achava, agiu como uma raposa traiçoeira, cheia de astúcia; animal conhecido por usar a esperteza para conseguir seus fins; e mais tarde quando Herodes Antípas tentava matar a Jesus, apropriadamente Ele se referiu a Herodes como sendo uma “raposa” (Lc 13:32).
Mas voltando ao episódio dos magos guiados por uma estrela, quando avisados por Deus em sonhos sobre a astúcia de Herodes tomaram outro caminho; isto fez acender a sua ira, e depois de esperar um bom tempo, e para assegurar-se de ficar livre desse rei que viria destrona-lo, mandou matar todas as criancinhas com menos de dois anos de idade.
Herodes acreditava que o prometido rei dos judeus estaria entre essas criancinhas com menos de dois anos, e assim, a promessa do Redentor estaria fracassada; como se Deus estivesse dormindo! Mas não dorme nem tosqueneja o Guarda de Israel (Sl 121); o episódio deixa algumas lições, pois Deus tendo tudo sob suas ordens, não usou de meios milagrosos para livrar seu Filho das garras dessa raposa; usou de meios naturais e trabalhosos com a fuga da família para o Egito.
Um exemplo da paciência de Deus e de Cristo, diferente da paciência de nós humanos. Às vezes somos pacientes, mesmo porque não temos outra opção, mas Deus tendo todos os meios de por fim a uma questão e aniquilar o transgressor, age pacientemente como se não fosse o Deus Todo-Poderoso; isto deve reanimar a todos nós ao nos aproximarmos d’Ele e a confiar nas suas misericórdias que se renovam cada manhã; e a sermos pacientes quando insultados ou feridos.
Uma coisa a salientar é que o poderoso Herodes, com todos os meios de comunicação e informação de sua época à disposição, podendo consultar adivinhos e falsos profetas, não conseguiu saber nem a data aproximada do nascimento de Jesus, caso soubesse não teria matado tantas criancinhas inocentes. Mas os religionistas de mente desocupada descobriram ou inventaram uma data séculos depois, que em nada honra o pretenso aniversariante.
Deus anteviu essa matança de inocentes cerca de 647 anos antes, quando Jeremias profetizou sobre “Raquel chorando por seus filhos” (Jr 31:15). Embora literalmente se refira a um fato real sobre os exilados clamando na cidade de Ramá; esse lamento é usado tipologicamente em conexão com essa matança de inocentes a mando de Herodes (Mt 2:1-23).
Assim vemos que tudo se cumpriu com Jesus conforme o que estava escrito. O Filho de Deus nasceu, viveu e morreu como Homem Perfeito, em condições de dar a sua vida em resgate pelos pecadores descendentes de Adão, e assim, cumprir a justiça de Deus.
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