AINDA TENHO OUTRAS OVELHAS QUE NÃO SÃO DESTE APRISCO:

 (22/10/15)
AINDA tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor (Jo 10:16). Este texto tem sido usado fora de seu contexto, mal interpretado, e aplicado erroneamente.
O mais impressionante é pessoas com certo grau de conhecimento secular repetir este texto sem ao menos se ater ao vernáculo. Este erro ocorre por dois motivos principais: O exclusivismo; que leva a outro grave erro que é o de repetir o que se ouve sem conferir com as Escrituras.
A uns judeus que procuravam matar a Jesus, acusando-o de violar o sábado [Ele jamais violou]; e também porque dizia que Deus era o seu Pai; Jesus disse que faziam bem em examinar as Escrituras, pois d’Ele testificavam (Jo 5:39), mas liam e não entendiam porque o fanatismo religioso os cegava, e a tradição dos anciãos judeus tinha mais peso que a Palavra da Escritura.
Basta raciocinar que se Jesus estivesse falando de alguma Denominação como aprisco, não seria nenhuma das existentes hoje, algumas com pouco mais de 100 anos. Jesus não estava falando de igreja alguma como aprisco, nem de Sua Igreja; pois o próprio Jesus veio senão as ovelhas perdidas da casa de Israel e ainda estava sob o Antigo Pacto, cumprindo a Lei; Sua Igreja foi formada após seu sacrifício no madeiro, mais precisamente no pentecostes.
Numa leitura direta ao texto, qualquer pessoa com o mínimo de escolaridade entende que Jesus está falando de dois apriscos apenas: O aprisco Israelense, e o aprisco dos gentios. Por isso Ele disse “outras ovelhas” que não são DESTE aprisco [Israelense].
Isto não quer dizer que Jesus veio apenas para pessoas boas como ovelhas. Ele disse que não veio buscar os justos, mas os pecadores ao arrependimento (Mt 9:13). Contou uma parábola para ilustrar que pessoas cheias de “créditos” são reprovadas; ao passo que são aceitos os pecadores indignos, como o publicano da parábola que confiou unicamente na misericórdia de Deus (Lc 18:10-14).
Jesus usou o termo “ovelhas” para se referir ao povo indefeso, inocente, maltratado; pessoas perdidas semelhante a ovelhas, que não conheciam o caminho da vida, negado pelos religiosos que não entram nem deixam outros entrar; então, é preciso conduzi-las ao caminho, que é o próprio Jesus (Jo 14:6). Ele mesmo foi comparado profeticamente a uma ovelha muda diante dos tosquiadores (Is 53:7). Muitas pessoas foram violentas no passado, mas tão logo ouviram as boas novas tornaram-se humildes prontas em obedecer; é a estes que Jesus se refere como “ovelhas”.
Jesus falava em agregar “outras ovelhas” que não são DESTE aprisco [Israelense] referindo-se aos gentios. A primeira “ovelha” encontrada fora do aprisco israelense foi o gentio Cornélio, capitão da Corte Italiana, que de bom grado recebeu as boas novas e foi batizado (At 10).
Jesus subindo ao alto levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens: Uns para apóstolos [testemunhas], outros para profetas [mensageiros], evangelistas [proclamadores de boas novas], outros para pastores [apascentadores do rebanho] e mestres [que se dedicam ao ensino] (Ef 4:8-12).
Estes subpastores buscam estas ovelhas dentre os gentios e apascentam-nas; por isto se recomenda: “Obedecei a vossos pastores [tão raros hoje!], e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas” (Hb 13:17) ; na 2ª Vinda, juntamente com as ovelhas do aprisco Israelense formarão um só rebanho sob o único Pastoreio de Jesus; que é o Bom Pastor (Jo 10:14); o Grande e Supremo Pastor das ovelhas (Hb 13:20; I Pe 5:4).