ALGUÉM me pediu sobre a história das denominações, e como o espaço não permite um “estudo” pormenorizado, vamos apenas dar umas “pinceladas” sobre o tema. Podemos dizer, pela leitura das cartas apostólicas que registra a vida das congregações primitivas, que a Igreja nunca foi Una quanto a uniformidade exterior. Eram congregações locais, com características próprias, algumas com forte influência judaica, outras, composta de gentios em sua maioria, e estes dois extremos precisavam ser administrados e pastoreados. Os primeiros 100 anos da Igreja foi uma tarefa difícil, pois a escrita do Novo Testamento ainda se achava em andamento, e tinham como Palavra de Deus [que é] o Antigo Testamento (Escrituras Hebraicas) que os judeus convertidos ao cristianismo encontravam dificuldade em entender certas mudanças com a vinda do Messias, e os gentios desconheciam a Escritura e as promessas nela contidas. As congregações eram locais e seu governo vertical, não havia uma instituição horizontal com uma sede centralizada; ainda que em Jerusalém tenha sido realizado o 1º Concílio Geral tentando justamente manter a unidade na diversidade. A Igreja é divina em Sua chamada, mas humana em seu magistério constituído de homens falhos e limitados no entendimento. Manter-se unidos nas coisas essenciais à salvação, e buscar a convergência na divergência, é algo a ser perseguido. Podemos afirmar, baseado na história e nos fatos, que o desvio da Igreja começou à partir do 3º século com a suposta conversão do imperador Constantino (272-337); que se dizia um protegido do deus grego Hércules e adorador do “Sol Invicto”; introdutor da cruz como objeto de adoração, depois da visão que teve de uma cruz no céu com as palavras “In hoc signo vinces” (com isto vence) e apoiado nessa visão cometeu alguns assassinatos. Começaram então a surgir pequenos grupos de cristãos dissidentes, que se reuniam fora da Igreja Institucional; conservando os ensinos apostólicos; em razão disso; perseguidos como hereges; alguns deles martirizados. O primeiro grande cisma da Igreja Instituição veio acontecer no ano de 1054, separando a Igreja em dois ramos: Católica romana, com sede em Roma; e Católica Ortodoxa com sede em Constantinopla. Mas os cristãos que mantinham fidelidade às Escrituras se mantiveram separados dessas duas vertentes. Muitas “famílias denominacionais” foram surgindo, mas o grupo mais conhecido foi os Anabatistas, que conservaram o batismo da imersão e testemunhavam a Cristo antes da Reforma Protestante do século XVI. Os anabatistas deram origem aos Batistas de hoje, e o nome não tem nada a ver com João Batista, mas uma referência à forma batismal de imersão [em águas]. A Reforma Protestante [1517], liderada pelo monge Martinho Lutero provocou outro grande cisma; então, com a liberdade e o livre exame das Escrituras, foram surgindo várias comunidades locais. Luteranos, não foi um nome escolhido, mas um termo derrogatório dado pelos inimigos da Reforma a fim de desacredita-los; mas eles o adotaram dentro do princípio de imitar a quem está certo. E Lutero estava. Seguidos de Presbiterianos [1560]; uma referência ao sistema de governo da Igreja adotado por João Calvino, e queria dizer apenas que a Igreja não tinha um chefe humano, mas um corpo de anciãos (presbíteros) que procuravam a guia do Espírito. Metodistas [1729] foi um termo dado aos associados do reformador João Wesley em referência a sua vida metódica e constante zelo com a Palavra. Muitas denominações perderam o fervor, o zelo inicial e os princípios que defendiam, e assim, foram surgindo novas “famílias denominacionais”; inclusive a nossa, originária do movimento pentecostal do século 20 em Chicago, EUA. Voltaremos ao tema
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