(22/10/15)
JOÃO significa: Jeová mostrou favor. Filho de Zebedeu e Salomé, irmão do apóstolo Tiago, talvez o mais moço [não confundir com Tiago meio-irmão de Jesus]. Este João é conhecido como “o apóstolo do amor”. Nenhum outro usa uma expressão tão amorosa para com os que pecam: “meus filhinhos”, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis, mas se alguém pecar temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo o justo. A conclusão é que pecar não deve ser uma prática entre os santos de Deus; mas quando acontecer de serem vencidos por algum pecado, Jesus é nosso Advogado e nos purifica de toda culpa (I Jo 1:5 até 2:1, 2).
Com expressões tão amorosas, geralmente peritos Bíblicos concluem que João era uma pessoa amável, sentimental e introspectiva; que percorreu a vida como um anjo; um desses monges ou beatos contemplativos, que passou a vida apenas falando de amor. Muitos diriam hoje: de boa índole, herdou uma boa natureza, foi bem educado secular e religiosamente.
Mas quando percorremos a vida de João percebemos que ele não era um homem calado. Pedro às vezes tomava a frente, mas quando, diante de governadores e anciãos teimosos ele falava com ousadia, e, pelo relato de Atos, tanto ele como Pedro usaram de palavras duras contra aquelas autoridades civis e religiosas e declararam desobediência (At 4:13, 19).
Logo mais adiante perante o Sinédrio, a Suprema Corte de Israel, embora seja mencionado Pedro, como mais intrépido, o texto diz que todos os apóstolos, incluindo João, declararam desobediência as autoridades, pois a obediência a Deus era mais importante (At 5:29). Não era nenhum pouco vagaroso nas ações: Na corrida para conferir o sepulcro vazio com a anunciada ressurreição de Jesus, o texto diz que nesta maratona João correu mais depressa que Pedro (Jo 20:2-8).
Mas procurando conhecer melhor a João, vemos que no início do ministério deles como apóstolos, Jesus deu um sobrenome que explica a forte personalidade de João e Tiago seu irmão: Boanerges, que significa “filhos do trovão”(Mc 3:17). Este título, evidentemente, não indica nenhum sentimentalismo, indulgente, antes indica uma personalidade forte e dinâmica.
Tem outro episódio até meio triste que mostra João como um religioso sectarista, exclusivista, que entendia que fora da pequena congregação de seguidores de Jesus não havia ninguém certo: Foi João que propôs a Jesus mandar que se calassem uns pregadores que em nome de Jesus expulsavam demônios; e o argumento de João era: “Não seguem conosco”. Claro que Jesus não autorizou tal atitude, antes mostrou que estavam lutando pela mesma causa (Mc 9:38-40).
Não bastasse isso temos outro episódio envolvendo João: Como os Samaritanos não simpatizavam nenhum pouco com os judeus; embora fossem judeus também, mas eram discriminados por terem contraído casamentos mistos, e adoravam separados; quando os discípulos pediram pousada numa aldeia de Samaritanos, estes prontamente negaram; mas numa vingança desproporcional, foi João que sugeriu a Jesus que fizessem descer fogo do céu, como fez Elias e consumissem todos aqueles. Claro, Jesus repreendeu tamanho desequilíbrio (Lc 9:51-56).
Não estamos maculando a memória do amado apóstolo João; o ancião que mais tempo exerceu seu ministério; cerca de 70 anos! Autor do 4º evangelho, três epístolas, e as maravilhosas revelações [apocalipse] quando exilado em Patmos.
Mas foi sua convivência, seu apego e intimidade com Jesus, que o transformou no mais amoroso dos apóstolos. Isto nos anima a ter esperança em relação aos religionistas exclusivistas de hoje. Há esperança! Para todos nós, às vezes temperamentais e prontos a julgar – se andarmos com Jesus.
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