quinta-feira, 22 de outubro de 2015

CRISTÃOS DE DUAS BIBLIAS.

(22/10/15)
CRISTÃOS de duas Bíblias. Infelizmente é assim que vive a cristandade de modo geral. Conhece a Bíblia, Palavra de Deus; a capa e as leituras apressadas sem jamais conferir e contextualizar o que leu ou foi pregado; às vezes aberta num aparador no salmo 91, como se fosse um talismã da sorte; mas conserva sua outra “bíblia”, uma série de crenças nas tradições, nos “achismos”, no linguajar.
Cristãos católicos, embora ganhe na quantidade de tradições e afirmações “extras bíblicas”, mas os evangélicos não ficam muito atrás, e os “pentecostais” são campeões em frases dessa “outra bíblia” que, às vezes chega a colidir com a Palavra de Deus e, em alguns casos tem mais peso. Os evangélicos de tempo em tempo inventam certos modismos e, quando os líderes também estão dormindo o inimigo semeia o joio no meio trigo, e como são muito parecidos vai crescendo juntos.
Fui criado até aos 14 anos sob o medo de que “mil chegará, mas de dois mil não passará”. Eu fazia as contas e certamente me via em meio a uma fogueira tremenda com o fim do mundo no ano de dois mil. Era uma contagem regressiva das piores. De onde tiraram isso? Da “outra bíblia” que deixam correr solta. Graças a Deus a luz da Palavra chegou, e então entendi essa questão “fim do mundo” conforme Deus diz.
Algumas expressões tem correspondência Bíblica, mesmo assim, são substituições indesejáveis, como por exemplo: “santo de casa não faz milagre”; ela se refere ao dito de Jesus quando foi rejeitado pelos de sua cidade e congregação, então disse: Nenhum profeta tem honra em sua própria terra (Mt 13:57).
Outra: “muita esmola o santo desconfia”; não deixa de ilustrar acerca de pessoas que querem comprar Deus com boas obras, aparência, falsa piedade, ofertas volumosas; mas o nosso conceito sobre santo é outro.
Os evangélicos também conservam a sua “biblinha particular”; a ponto de atribuir a acidentes violentos provocados por um bêbado inconsequente, como sendo à vontade e permissão de Deus, e para isso tem seu “versículo particular”: “não cai uma folha de uma árvore sem que seja a vontade de Deus”; mas na Bíblia não existe este versículo. Deus não cuida pessoalmente da flora, para isso estabeleceu leis naturais.
Sobre salvação o que mais se ouve quando questionados é: “Deus é quem sabe!” Se eu for merecedor! Esta é uma questão que a pessoa é que tem de saber; pois a salvação foi dada como “presente” (Rm 6:23); cabe a pessoa aceitar ou não. Mas é que junto a essa resposta está a questão das obras; doutrina tão erradamente aplicada em algumas igrejas.
Paulo diz claramente que a salvação NÃO DEPENDE DAS OBRAS para que ninguém se ache MERECEDOR (Ef 2:8, 9); mas obreiros de péssimo treinamento Bíblico citam Tiago (2:17), tentando contradizer Paulo: “A fé sem obras é morta” (Tg 2:17).
Claro que não se contradizem, escreveram inspirados pelo mesmo Espírito. Paulo fala da nossa relação com Deus: Neste caso obras nada valem para a salvação. Tiago fala das obras na nossa relação com o próximo: Se nossa pregação e testemunho não forem acompanhados de boas obras, fica inoperante.
Em nossos cultos aos enfermos [da comum] nas casas, não raro, alguém, tentando confortar o enfermo costuma orar falando de créditos. Quem pensa ter créditos ore em seu próprio nome, não use o nome de Jesus como avalista. Nós podemos ter bom depósito da Palavra, que nos socorre nestes momentos, mas oração só tem peso pelos créditos de Cristo.

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