(22/10/15)
ALGUNS IRMÃOS nascidos no seio de família evangélica perguntam de onde e como surgiram os títulos clericais encontrados no meio da cristandade, e se já existiam na Igreja Primitiva. Os títulos que vemos hoje, adotados pela cristandade, começaram a surgir quando foram gradativamente deixando a Palavra de Deus em lugar da tradição de homens; especialmente quando a cristandade [Instituição] passou a ser a religião oficial do Império Romano, e com a influência latina começou a surgir uma hierarquia religiosa:
CARDEAL são os dignatários do sacro colégio, são os homens que elegem o papa. MONSENHOR em geral são os que possuem ligação com a Cúria Romana. DOM foi tratamentos honoríficos que o clero adotou de reis. PRELADO E PURPURADO são distinções muito apreciadas, e fazem de tudo para consegui-las.
FREI, de Freire, aplica-se a ordem religiosa e militar, talvez uma herança dos tempos em que os papas tinham tropas guerreiras. CÔNEGO é título para membros de corporações de uma catedral. MONGES são religiosos de mosteiros, e mosteiro é convento, morada de MONGES. VIGÁRIO, vicarius, significa o que usurpa o lugar do outro. SACERDOTE é uma cópia do judaísmo e do paganismo.
PADRE significa pai, e PAPA era figura totalmente desconhecida dos cristãos até o 4º século. O próprio Pedro se identifica como sendo um Presbítero [ancião] (I Pe 5:1). O título de reverendo, das igrejas Reformadas, nunca foi aceito pelos Batistas, nem pelos seguimentos cristãos separados de Roma, desde o princípio.
Nos primeiros séculos as igrejas eram locais com governo vertical, e não uma organização horizontal com governo humano, algumas tinham características própria, devido problemas culturais locais; como exemplo, igrejas constituídas de maioria judaica onde se tratou de temas relacionados; mas todos tinham em comum a adoração ao Deus único, pela mediação única de Cristo, e as Escrituras como única autoridade em questões de fé e doutrina.
No princípio da Igreja os que ministravam eram chamados apenas de irmãos. Paulo quando se dirigia à igreja não se referia a uma classe clerical, mas tratava a todos no mesmo nível chamando-os de santos; pois eram pessoas comuns que haviam abandonado práticas idólatras, o modo de vida imoral, e estavam “separados” se ajustando às normas e a moral de Deus.
Havia somente duas ordenações com imposição de mãos: Presbíteros e diáconos. Presbíteros, na língua grega em que foi escrito o Novo Testamento, é palavra correspondente da hebraica “ancião”, ou “bispos” do latim; e o significado de tais palavras tanto pode ser superintendentes como homens mais maduros no conhecimento.
Conforme Paulo descreve na carta aos Efésios, eles exerciam o ministério de apóstolos (as 12 testemunhas), profetas, evangelistas, pastores e mestres; o que quer dizer que alguns se dedicavam em profetizar (pregando, desvendando mistérios e segredos do coração pela Palavra revelada, nada de adivinhação), outros, dedicados na evangelização, e outros pastoreavam uma igreja local ou se dedicavam ao ensino.
Alguns, como Paulo, exerciam todos estes ministérios instituídos por Jesus, quando, levando cativo o cativeiro deu dons aos homens, visando o aperfeiçoamento dos santos e edificação do Corpo de Cristo (Ef 4:11, 12) e; na carta à Timóteo, dá instruções de que seria recomendável que tais obreiros fossem casados, e aprendessem primeiro a cuidar de sua família, para depois cuidar da Igreja de Deus (I Tm 3:1-13). Diácono é uma palavra de origem grega e tem o significado de “servos auxiliares”; constituídos no princípio da Igreja para assistir aos necessitados e deixar os ministros da Palavra livres em seus diversos ministérios. Este é o cristianismo de Jesus.
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