sábado, 10 de outubro de 2015


NO DIA 24 de junho a cristandade comemora “o dia de São João Batista”; “o batizador”. Um judeu, filho do sacerdote levita Zacarias, e de Isabel; esta prima de Maria, mãe de Jesus. Ele foi o precursor do Messias prometido a Israel, conforme o anúncio feito pelo último dos profetas da Antiga Aliança:
Eis que eu vos envio o profeta Elias, antes que venha, o grande e terrível dia de Jeová. Ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos aos pais; para que eu não venha e fira a terra com maldição (Malaquias 4:5, 6). Jesus Cristo citou esta profecia, dizendo: “Elias já veio e não o reconheceram” (Mt 17:12). Referia-se a João Batista.
Os espíritas, tentando fundamentar a falsa doutrina da reencarnação que nega o sacrifício de Cristo, citam esta passagem; mas ninguém melhor que o próprio João Batista para responder: Ao ser perguntado: És tu Elias? Ele respondeu: NÃO SOU (Jo 1:21). Claro que não poderia ser, pois aos homens está destinado morrer uma única vez, depois disto segue-se o juízo (Hb 9:27).
Quando o anjo anunciou a Zacarias o nascimento milagroso de João Batista, pois ele e Isabel já não tinham idade de procriar, e depois de dar instruções de que o menino seria um nazireu, não beberia vinho, e seria cheio do Espírito Santo desde o ventre materno; foi lhe dito que João viria no espírito e virtude de Elias (Lc 1:15-17).
No linguajar popular quando se diz que alguém tem “espírito de porco”, não quer dizer que a pessoa incorporou um porco, mas que age como tal. João Batista veio no mesmo “espírito” (força, sopro) e virtude (poder, determinação) de Elias, isto quer dizer, que agiu conforme Elias no passado, inclusive ambos sofreram perseguição, e João a morte, por denunciar o adultério na casa real (de Acabe e Herodes).
Nós cristãos evangélicos não temos “santos”; santos no sentido de intercessores, de alguém gozando as beatitudes, pois cremos como o apóstolo Paulo; que todos os mortos em Cristo aguardam uma ressurreição no soar da trombeta na vinda de Jesus; ensino muito claro em duas cartas de Paulo (I Co 15; I Tess 4:13-18). Como Paulo, cremos num único intercessor, que é Jesus (I Tm 2:5).
“Santos” são pessoas vivas, membros da Igreja visível, que são santificados e justificados pela fé em Cristo (Rm 5:1). As cartas apostólicas às igrejas, todas elas, chama os crentes, pessoas comuns, de santos (separados para o Senhor); salvos pela graça (Ef 2:8, 9).
Depois, João Batista nunca pertenceu à Igreja. Visto que Israel já estava há 450 anos sem profeta, ele foi o mensageiro entre a Antiga e a Nova Aliança. Por isso Jesus disse que “entre os nascidos de mulher não há ninguém maior que João Batista; mas o menor no reino dos céus é maior do que ele” (Mt 11:11).
João era amigo do Noivo (Jesus) e cumpriu o ritual judaico de apresentar a noiva (Igreja) ao noivo para as bodas; evidentemente que a esposa [igreja] tem mais direitos que o amigo; isto explica o fato de João Batista ser o maior e o menor ao mesmo tempo (Jo 3:29). O batismo de João apenas apontava a divida a ser quitada por Jesus; e as pessoas que arrependidas aceitavam ser batizadas firmavam esse compromisso.
Quanto à lenda de que a fogueira e o mastro da festa junina seria um sinal sobre o nascimento de João Batista, e assim, Maria iria vista-lo, é pura invencionice do imaginário religioso.

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