sábado, 10 de outubro de 2015


ALIANÇAS PERIGOSAS. Acabe foi o 8º rei do reino do norte de Israel, filho e sucessor de Onri, e reinou durante 22 anos. Era um grande líder militar, mantendo os Moabitas, inimigos de Israel, subjugados (II Rs 3:4, 5). Viveu em termos pacíficos com os Fenícios e manteve paz com Judá, cujo príncipe herdeiro casou com a sua filha Atalia (II Rs 8:18-26). Derrotou povos sírios duas vezes em batalhas, e possuía o maior exército dentre as nações desde a Assíria até ao Egito.
Apesar de gozar de grande sucesso, tanto a nível militar como político; contudo, Acabe era fraco em assuntos religiosos. “Ele fez mal aos olhos de Jeová mais do que todos antes dele” (I Rs 16:30). O mais grave erro que Acabe cometeu desde o início, foi se casar com uma pagã que não temia ao Deus de Israel, e esta mulher, leviana e má, veio a ser rainha consorte do povo de Deus.
Invertendo a ordem de Deus com essa aliança; também inverteu os papeis da hierarquia na criação, restabelecida por Paulo, quando diz que no arranjo de Deus o homem deve ser a cabeça na família (I Co 11:3); e tornou-se um paspalho, como se diz: “pau mandado de Jezabel”.
Jezabel [significa casta, que ironia!] era filha de Etbaal, o rei dos sidônios, e foi a primeira vez que um rei de Israel se aliou, por casamento, a uma princesa pagã e; neste caso, foi peculiarmente desastrosa. Jezabel, através da história, tornou-se sinônimo e referência de todos aqueles que são maliciosos, astuciosos, vingativos e cruéis.
É neste sentido que uma mulher na congregação cristã de Tiatira, que se declarava profetisa, como muitas hoje que vivem perturbando o povo de Deus com vaticínios e adivinhações; foi chamada de Jezabel, lembrando essa rainha má. O líder daquela Congregação, na Ásia Menor, que a tolerava, foi repreendido (Ef 2:20).
Jezabel foi a primeira grande instigadora de perseguição contra os santos de Deus. Ela era sem princípios; não temia a Deus nem aos homens, apaixonada na sua ligação ao culto pagão, ela não poupou sacrifícios para manter a idolatria a sua volta em todo o seu esplendor.
450 profetas ministravam a Baal sob seus cuidados, para além de 450 profetas dos pequenos bosques (profetas de Aserá), que comiam à sua mesa (I Rs 18:19). A idolatria também incluía o tipo mais sensual e baixo. A sua conduta foi, em muitos aspectos, bastante desastrosa tanto para o reino de Israel, como para o de Judá (I Rs 21:1-29). Com o tempo, ela teve um fim tempestivo:
Enquanto Jeú se dirigia para os protões de Jizreel, ela olhou pela janela do seu palácio e proferiu algumas palavras insultantes; Jeú então chamou os seus camareiros que logo a atiraram pela janela, tendo-se desfeito no chão, após o que, os cavalos atropelaram-na; os cães vieram em seguida e comeram suas carnes, conforme a profecia de Elias, que ela perseguira cruelmente. Sepultem aquela maldita, disse Jeú, por ser filha de rei. Jezabel passou para a história como símbolo de prostituição, lascívia e uso extravagante de pinturas no rosto e nos olhos (II rs 9:30-37).
Quanto a Acabe, foi mortalmente ferido numa batalha para tomar a cidade de Ramoth-Gilead. O seu corpo foi levado para Samaria para ser sepultado, e como o Senhor tinha predito através de Elias, os cães lamberam o seu sangue, que havia manchado o carro (I Rs 22:38). Triste fim; consequência de uma aliança feita com quem não ama e não teme a Deus.

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