sábado, 10 de outubro de 2015


HUMILDADE. Não é fácil manter-se humilde, pois humildade deriva de uma palavra hebraica [‘a-náh] que significa “ser afligido, humilhado, oprimido”; palavra às vezes traduzida por “humildade mansidão, tribulação”. Humildade é ausência de orgulho, arrogância, pretensão.
Principalmente diante de contenciosos, opositores que coam mosquito e engolem camelos, e às vezes percebemos isso tão facilmente, mas a humildade pede que nos calemos e; embora isso pareça uma fraqueza, contudo, é agradável ao nosso Deus não responder na mesma altura do contendor. Como lemos:
“Não respondas ao tolo segundo a sua estultícia, para que não te faças semelhante a ele”. Em seguida é dito: “Responde ao tolo segundo a sua estultícia, para que não seja sábio aos seus próprios olhos” (Pv 26:4, 5). A humildade nos ajuda a discernir quando não devemos descer ao nível deles; e quando não devemos deixa-los pensando que são sábios.
Sempre que falamos em humildade nos lembramos de Jó e seu sofrimento, pois mesmo sendo um homem íntegro, sincero e temente a Deus, que se desviava do mal, sofreu acusações de seus próprios amigos e irmãos de fé que punham em dúvida sua integridade; e, verdadeiramente, Jó é um exemplo singular que atravessa gerações e tem sido uma mensagem animadora a todos que sofrem sob o peso das provações.
Mas Jó não tinha muito que fazer, senão aguardar com paciência o tempo de Deus; como fez, e não ficou confundido nem envergonhado; mas a Bíblia fala da “paciência de Cristo” (II tess 3:6). A paciência de Jesus, nosso Salvador, é diferente da paciência de Jó. Jesus podia pedir ao Pai que mandasse doze legiões de anjos [no mínimo 50.000] e destruiria a todos (Mt 26:53), mas Ele suportou com paciência.
É difícil também quando a pessoa é humilhada diante daqueles que foram postos por Deus para pastoreá-la e amá-la, e às vezes tornam-se acusadores; mas neste caso, temos o exemplo maravilhoso de Ana, mãe do profeta Samuel. Angustiada, amargurada de alma, busca auxílio do Senhor, mas o sacerdote Eli, de serviço no templo de Jeová, a toma por embriagada e a repreende duramente.
Seria natural que ela reagisse com palavras duras; mas ela respondeu humildemente que não estava embriagada, não era filha de Belial [imprestável] e derramou sua alma diante do altar.
Sua humildade provocou a humildade em Eli que logo reconheceu o erro que incorrera, a falta de discernimento, e voltou atrás ministrando as bênçãos de Deus na vida de Ana; usando da Palavra profética, que pode ser usada para abençoar ou amaldiçoar, ele rogou a Jeová que concedesse a petição de Ana; o que aconteceu na maternidade tão esperada, e na bênção que foi o profeta e juiz Samuel.
Nem sempre a liderança reage com a mesma humildade de Eli, às vezes até ficam mais irados, ficaram com Jesus; mesmo assim, é bom manter a humildade; pois a pessoa humilde é, antes de tudo mansa e pacificadora; e bem-aventurados os mansos e os pacificadores porque herdarão a terra e serão chamados de filhos de Deus (Mt 5:5, 9).
Às vezes é preciso reagir diante de opositores e ditadores cruéis, quando extrapolam, como fez o sumo sacerdote Ananias mandando bater na boca de Paulo, então ele o chamou de “parede branqueada” (túmulo caiado); e noutra ocasião apelou a Suprema Corte usando a prerrogativa de cidadão romano.
Certamente a humildade nos ajudará a discernir cada momento; pois “Deus resiste aos soberbos; mas dá graça aos humildes. Humilhai-vos na presença do Senhor, e Ele vos exaltará” (Tg 4:6, 10)

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