sábado, 10 de outubro de 2015


LAVAR AS MÃOS depois de usar o banheiro, trocar fraldas de um bebê, antes e depois de cuidar de um ferimento, do contato com alguém doente, depois de espirrar, tossir ou assuar o nariz, ou cuidar de um animal, ou manusear o lixo; é recomendação médica e hábito saudável.
As mãos devem ser lavadas antes de preparar, servir e, principalmente antes de tomar uma refeição. Doenças comuns, e até as mais graves, que tem causado a morte de milhões podem ser evitadas com o simples ato de lavar as mãos numa água pura e corrente.
Neste ponto parece haver uma contradição nas palavras de Jesus quando os fariseus questionaram de que os discípulos de Jesus comiam sem “lavar as mãos” e Ele respondeu que “comer sem lavar as mãos não contamina o homem” (Mt 15:20).
Não lendo todo o contexto, e já tendo ideia preconcebida, vai entender que Jesus está mandando comer de tudo e contradizendo esse princípio salutar de lavar as mãos antes das refeições. Jesus não estava se referindo a algum tipo de refeição; os judeus não comiam carnes imundas proibidas no Pacto então em vigor e, evidentemente, não tinham um porco nesta ocasião; nem havia carne sufocada ou sangue, proibidos na lei e confirmados na Assembleia Geral em Jerusalém de que os cristãos devem se abster; e nestes casos, seriam contaminados sim (At 15:29).
Acontece que os fariseus só pensavam na aparência exterior; por isso faziam longas orações em pé nas sinagogas e esquina das ruas a fim de serem vistos pelos homens (Mt 6:5); Jesus condenou não a postura física, o fato de orar em pé, mas a intenção do coração; pois os fariseus faziam como ostentação religiosa Noutra ocasião Jesus até elogiou o publicano que orou em pé, mas desceu justificado para a sua casa, porque mesmo orando em pé o coração era humilde (Lc 18:9-14).
O que Jesus condenava, num e noutro caso, era a hipocrisia e falta de humildade. Conhecemos povos que oram não somente de joelhos, mas prostrados com o rosto em terra; contudo, odeiam judeus e matam cristãos. Oram separados das mulheres a fim de parecer uma pureza moral; mas a realidade nessas culturas é de violação e abuso sexual contra as mulheres.
No caso de “comer sem lavar as mãos” Jesus não estava ensinando hábitos anti-higiênicos; Ele jamais faria isso. Os fariseus criaram caso pelo fato dos discípulos comer sem lavar as mãos fundamentadas apenas na tradição dos anciãos, e não num preceito da Palavra de Deus. Não se tratava de uma lavagem comum das mãos por razões de higiene, mas era um verdadeiro cerimonial inventado por eles, que incluía lavar as mãos até os cotovelos, seguidas vezes.
Segundo o Talmude Babilônico, o fato de comer sem lavar as mãos colocava a pessoa no mesmo nível de quem tinha relações sexuais com uma prostituta. Foi essa tradição descabida que Jesus combateu, e disse: “Hipócritas, bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os seus lábios (aparência), mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram ensinando doutrinas que são preceitos de homens” (Mt 15:7-9; Is 29:13).
Portanto, espiritualmente falando, o que contamina o homem não é o fato de comer sem “lavar as mãos”, mas os pensamentos maus, acusações e os juízos que os fariseus faziam de quem não obedecia às suas tradições; isto sim contamina o homem; pois a boca fala daquilo que o coração está cheio (Mt 12:34). Lições para ontem e para hoje

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