DEVOCIONAL: “UM POUCO DE LUZ” (09/10/15)
NESTE DIA, no ano de 1561, era sepultado um santo homem de Deus que goza de um destaque especial e merecido na história da Igreja. Estamos falando de Menno Simons. Originário da cidade da Frísia, na Holanda, teólogo, foi ordenado padre católico no ano de 1524, aos 28 anos de idade.
12 anos depois de exercer o ministério na igreja romana, e ao ouvir a pregação dos Anabatistas, e examinando-a a luz da Palavra de Deus, cortou os laços com sua igreja e uniu-se à pregação Anabatista, adotando como lema em seu novo ministério, as palavras de Paulo: “Porque ninguém pode por outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” (I Co 3:11); texto que norteou sua vida, seu ministério e seus escritos.
O termo “Anabatista” [que rebatiza] ocorreu após o segundo Concílio de Catargo [ano 225], quando 87 bispos (anciãos, presbíteros) sob a direção de Cipriano de Catargo decidiram rebatizar os fieis que haviam sido batizados quando bebês e apenas por aspersão (água na cabeça); ao que, reagiu o bispo Estevão, que já arquitetava que o bispo de Roma tivesse autoridade sobre os demais bispos, o que desaguou no papado, chegando a apostasia da infabilidade papal no ano de 1870.
O Anabatismo moderno surgiu durante a Reforma Protestante do século XVI, e ganhou força porque as teses defendidas pela Reforma, da justificação pela fé e do sacerdócio universal, e o livre arbítrio dado a pessoa de decidir por Cristo e declarar a sua fé, vinha ao encontro da acanhada pregação dos Anabatistas diante das perseguições sofridas, o próprio Simons tivera sua cabeça a prêmio, pois o imperador romano, Carlos V oferecia vultoso prêmio como recompensa por sua captura; e agora se achavam fortalecidos com a coragem e a determinação de Martinho Lutero.
Contudo, Lutero, Calvino e Zuínglio, mantiveram o batismo infantil e isto separava os anabatistas dos Reformadores; e como os anabatistas desconsideravam tanto o batismo católico quanto o batismo dos luteranos, reformados e anglicanos, acirrou-se uma nova frente de luta. O ponto central da pregação Anabatista (já Menonitas) é que o batismo torna a pessoa membro da Congregação Cristã, mas a confissão de pecados e aceitação de Cristo deve vir antes do batismo; por isso, batismo apenas de adultos.
Os Batistas de hoje alegam ser os legítimos herdeiros do movimento Anabatista, conforme descrevem sua história no livro “Rastro de sangue” onde se inserem no movimento Anabatista e por extensão à Igreja Primitiva; mas muitos grupos dissidentes, e alguns radicais como os Amish, também se alinham com os Anabatistas, hoje conhecidos como Menonitas, uma referência a Menno Simons.
O zelo e a firmeza doutrinária dos Anabatistas acabaram influenciando movimentos como os irmãos “Quakers”, os Batistas, Dunkers; a Congregação Cristã, as ramificações pentecostais, e outras denominações que defendem a conversão e o novo nascimento como indispensável para que a pessoa seja batizada.
Os que têm uma visão Bíblica, não denominacionalista exclusivista, que não estão presos à placas e movimentos, entendem que, apesar das divergências surgidas, foi o agir de Deus na história da Igreja, da qual é Senhor, operando de diversas maneiras e ajustando a Sua graça à necessidade de cada época, pois ela é multiforme (I Pe 4:10); e multiforme a sabedoria de Deus (Ef 3:10).
Menno Simons foi um grande líder, e merece ser lembrado; além do mandamento: “Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a Palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver” (Hb 13:7)
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