“SALVAR-SE-Á (a mulher), porém, dando a luz filhos, se permanecer com modéstia na fé na, na caridade e na santificação” (I Tm 2:15). O maior erro de alguns tem sido formar doutrina com textos isolados, como diz o adágio: “texto fora do contexto serve de pretexto”.
Interpretando esse texto isoladamente, alguns têm entendido que a mulher dando a luz filhos ela está salva; mas isto contraria toda a doutrina de salvação de que “não há homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gálatas 3.28); de que ambos pecaram e necessitam do favor de Deus (Rm 3:23); portanto, todos igualmente são justificados pela fé em Cristo (Rm 5:1); salvos pela graça [favor imerecido] e não por obras, sacrifícios ou méritos pessoais (Ef 2:8, 9).
Outros alegam que com a maternidade, Eva, e por extensão a mulher, pisou na cabeça da serpente; conforme as figuras de Maria pisando na cabeça da serpente; mas a Bíblia diz que a semente da mulher [Jesus], e não Maria; pisaria na cabeça da serpente (Gn 3:15).
O que o contexto mostra é que Paulo estava dando instruções a respeito do papel da mulher cristã na Congregação; isto inclui que se adornem em vestido bem arrumado, como modéstia e bom juízo, não com estilos de trançados dos cabelos, e com ouro, ou pérolas, ou vestimenta muito cara, mas dum modo próprio das mulheres que professam servir a Deus (I Tm 2:9, 10). Não estava proibindo o uso destas coisas, mas recomendando o equilíbrio e moderação, sobretudo, a se “adornar” com boas obras.
A seguir, Paulo faz restrições quanto a mulher ensinar no sentido de exercer autoridade sobre o marido (v 12), em harmonia com o que havia ensinado antes à Congregação de Corinto quando trouxe à atenção a hierarquia na criação: “Quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Jesus Cristo” (I Co 11:3).
Explica ainda, que Adão não foi enganado pela serpente, pois satanás conhecendo a estrutura da mulher, usou de astúcia e enganou totalmente a Eva; então ela era, como ainda é hoje, citada como a culpada de tudo. Dai o cuidado de Paulo de que a mulher não tome a dianteira na Congregação, nem no lar. Um ensino difícil nos dias de hoje quando o “deus Eros”, em nome de uma igualdade quer inverter todos os papeis na sociedade, manipulando as palavras e os conceitos.
Paulo não quis dizer que as mulheres tementes a Deus teriam partos seguros. Muitas mulheres tem dado à luz sem complicações, independente de acreditar em Deus ou não. E infelizmente algumas morreram ao dar á luz, sendo ou não tementes a Deus (Gn 35:16-18).
O que Paulo destaca é o papel positivo das mulheres na família e na igreja. Por estar ocupada em ter filhos, cuidar de uma família e continuar na fé, e no amor, e na santificação junto com juízo e bom senso, sua espiritualidade será “preservada”; algumas traduções usam esta palavra em vez de “se salvará” por não estar tratando da salvação, mas de sua reputação.
Ela não precisa carregar culpa alguma em relação ao pecado original, pois foi enganada, e a maternidade e a submissão a põem a salvo. Seguir esse proceder ajudaria muitas mulheres mais jovens a evitar os laços de satanás; mas quanto a vida eterna ela precisa crer em Cristo e, igual ao homem, reconhecer sua pecaminosidade e que em Cristo há perdão e graça.
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